A P.A.D.A. LANÇA O SELO COMEMORATIVO D0S SEUS 40 ANOS DE HQB

 A Produtora Artística de Desenhistas Associados - P.A.D.A., em comemoração aos 40 anos de existência lança, o selo comemorativo de produção de quadrinhos no Brasil.

Por José Valcir
Editor e quadrinhista

Uma longa trajetória cheia de percalços ao longo dessa caminhada. Mas também de muita alegria quando publicamos nosso primeiro fanzine (infelizmente, essa edição não temos mais). A data de fundação foi em 28 de abril de 1984, a Produtora Artística de Desenhistas Associados - P.A.D.A. - comemora seus quarenta anos de existência. Orgulhosa por sua independência editorial e identidade quadrinhística. Sempre focada em publicar quadrinhos com qualidade ao leitor à parte daquilo que o mercado oferece.

Em 1º de junho de 2007, o sítio Bigorna, do Eloyr Pacheco, publicou uma entrevista que fez aos editores da P.A.D.A.Arnaldo Luiz, José Valcir e Milson Marins. Foi a primeira vez que alguém se interessava em saber mais sobre nós, e que serviu para nos divulgar nossa existência para o público e o mercado, em geral, de quadrinhos. Na época, foi essa a impressão que ele teve de nós:
https://www.bigorna.net/index.php?secao=entrevistas&id=1180676215 (clique, aqui, para saber mais).

É nessa entrevista que o leitor conhecerá toda nossa trajetória, descrita por três pontos de vistas, onde cada um respondeu sem saber a resposta do outro. Dando sua honesta visão do que acontecia no meio editorial e como agíamos e projetávamos o futuro de cada edição. É uma entrevista que faço questão de relê-la. Falamos da nossa iniciação, desde nossa motivação, as influências que mudaram o rumo editorial de nossos títulos e a visão de mundo. Componentes que vieram e foram embora e o que permaneceram nessa campanha. Uma leitura que todos vão amar.


(Prismarte #6, estreava Amaro Camarajípe)

Nessa caminhada editorial, nossa logomarca foi evoluindo. Começou de uma maneira muito singela e hoje construímos um comemorativo dos 40 anos. Em 1989, nosso primeiro título, o filho primogênito Prismarte, sempre foi palco para novos autores e aberto ao público leitor. Na edição cinco (capa acima) estreavam Marcelo Schmitz e Eusebio Muñoz com o personagem Amaro Camarajípe na HQ satírica Bang, Bat!. Uma visão humorística do morcegão enfrentando o mais atrapalhando agente pernambucano na caça de um terrível terrorista. Nessa edição, Milson Marins surge com uma HQ, publicada em três partes, de Comandado pela Loucura, sobre quando o abuso de poder torna-se mortal. Ademais, a sequência da coluna O Mundo da HQ, e dessa vez sobre os quadrinhos dos anos 40. Também publicamos a primeira de duas, a entrevista que Jose Valcir e Marco Marins faz ao Manoel Bione de Souza, ou, simplesmente, Bione, do extinto semanário humorístico Papa-Figo. De humor ácido, fazia críticas a todas manifestações artísticas, políticas ou esportivas. O seu repórter mais conhecido era o Ivan Pé-de-Mesa, que cobria todos os acontecimentos que aconteciam no Recife.

(Prismarte #6, destaque para o humorístico Papa-Figo)

Em 1990, o mais versátil e criativo quadrinhista, Arnaldo Luiz, estreava no número seis do Prismarte, com a HQ O Minotauro, com o irascível Tampinha. A segunda e última parte com entrevista com Bione, do Papa-Figo, mais da coluna O Mundo da HQ sobre os quadrinhos dos anos 50, mais voltado à Guerra Fria e a Política. Foi edição muito recheado de quadrinhos e material jornalístico. Aqui, Milson Marins entrevista o santista Flávio Mário de Alcântara Calazans, professor, quadrinhista, sobre a série A Guerra dos Golfinhos, e a sua trajetória no cenário da HQB.  É nesse número que surgiu a seção Cartas, recheadas de comentários de leitores vindos de vários locais do Brasil. Também estreavam os quadrinhistas Sena Peraz e Antonio Sena na HQ Fanzinóide; também estreava Marcos Fróes e a HQ Utopia. Quem também tinha primeira HQ publicada era o Zé Coruja, ao lado do seu inseparável amigo Tatu, do quadrinhista Marcos Lopes. Publicou-se a segunda parte de três da série Comandado pela Loucura, do Milson Marins. Infelizmente, essa história não teve na conclusão porque não houve a edição número sete do Prismarte, que explicarei em outro momento.

A partir dos anos noventa, decidimos arriscar. Ousamos sair do meio fanzinístico e partirmos para uma revista em Off-Set e numa tiragem de um mil exemplares, distribuído em bancas de revistas e com formato e gramatura diferente do corriqueiro. Peitamos os grandes títulos de quadrinhos: DC, Marvel, Bonelli, Calafrio, tiveram que dividir espaço com a Prismarte revista.

Foi uma década de muitas transformações e cobranças inevitáveis aconteceram. Mudando profundamente nossas vidas. Contudo, o passo seguinte foi de movimentações. A P.A.D.A. via os amigos indo embora e a chegada de novos. Havia uma renovação. Mas, ao mesmo tempo, a vida adulta havia chegado e a cobrança dos nossos pais em "trabalhar, estudar e 'arrumar uma namorada para casa'",(rs) era a música que ouvíamos. Mas, aí, é um momento que será contada em outra oportunidade.

Por enquanto, a P.A.D.A. conta um pouco de sua história mais uma vez e abre espaço para comemorar, ao lado de você, leitor, os quarenta anos de vida. Partilhando nossa história de amor e garra pela HQ brasileira e nunca desanimarmos por essa Arte.

Um forte abraço.

Ah! Não esqueça de acessar nossa loja. Temos muitas novidades, com lançamentos dos títulos da P.A.D.A. e parcerias feitas com Francinildo Sena com a revista do seu personagem Crânio. Recentemente, fechamos uma parceria com o editor Tony Fernandes, da Pegasus Publicações: 






https://loja.prismarte.com.br/index.php?id_product=32&controller=product
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Comentários

  1. Parabéns a P.A.D.A !! 40 anos de perseverança, de luta por um espaço merecido nas prateleiras das quase extintas bancas de revistas. Trabalhar com quadrinhos de autor, num setor tão excludente como as HQs necessita antes de tudo de coragem e conhecimento de sua arte Parabéns amigos. Que venham mais 40 anos!

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  2. Parabéns. Se manter não é uma tarefa fácil.

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    1. Realmente, não é. Mas o que nos move é o amor pela HQ, porque já está provado que dinheiro não ganhamos. (Rs)

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    2. A PADA celebra a dedicação de se manter unido e de pé em fazendo o que gosta e com gosto, com ideias novas surgindo, num universo de tantos talentos do quadrinhos nacional.
      Que venha mais anos de PADA e produções.

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  3. Sim, que venha mais 40 anos.

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  4. Parabéns Valcir, onde clico para seguir teu blog?

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